Cada vez mais diferentes caminhos da minha vida têm me levado para o estudo/aprendizado de como ser humano. Isso mesmo, você não leu errado, como ser humano, pessoa, com sentimentos e tudo. Por muito tempo isso não era pauta das palestras e aulas, só se falava em competências técnicas necessárias para a carreira, aquilo que já vimos antes como conhecimento, saber, ciência, teoria. Mas algo vem mudando. De uns tempos para cá (que eu ainda não sei precisar quanto), tem aumentado o número de pessoas interessadas em estudar aquilo que nos torna mais humanos (ou melhores humanos?): sentimentos, emoções, competências mais subjetivas.

Felizmente, estudar isso me ajuda não só como pessoa, mas também como profissional, já que trabalho com e para outros seres humanos, e resolvi dedicar esse post a esse tema. Semana passada assisti a uma aula maravilhosa sobre inteligência emocional e espiritual* e tive contato com o resultado de uma pesquisa intitulada “Redefining Leadership for a Digital Age” (Redefinindo liderança para a Era Digital, na minha tradução) publicada pelo IMD Business School, que apresenta e discute quais são as 4 competências que definem um líder ágil. E, adivinhem só, com qual letra do CHA vocês acham que essas competências estão relacionadas?

Acertou quem disse Atitude! Porque o líder atual (seja aquele que tem um cargo ou apenas a postura de líder) não precisa mais focar sua formação apenas em Conhecimento técnico – isso se aprende em qualquer lugar, conforme a necessidade do momento – ou em Habilidade – isso depende de colocar o que se aprendeu em prática. O que precisa ser desenvolvido urgentemente são algumas Atitudes que aqueles que querem estar a frente precisam ter. E é isso que essa pesquisa apresenta, vamos ver?

Ah, só um detalhe, essa pesquisa foi realizada entre 2016 e 2017, ou seja, é bem atual. As 4 competências do líder ágil são:

  1. Humilde: “eles são capazes de aceitar feedbacks e reconhecem que outros sabem mais do que eles.” Então o líder não é aquele que sabe tudo e manda enquanto os outros obedecem? Não e longe disso! O líder sabe que é impossível saber tudo e aproveita os feedbacks dos outros para aprender ou melhorar o que não sabe.
  2. Adaptável: “eles aceitam que a mudança é constante e que mudar suas mentes com base em novas informações é uma força e não uma fraqueza.” A única coisa que é permanente hoje é a mudança. Não ter medo dela e estar aberto ao novo é uma das únicas chances de se manter no jogo.
  3. Visionário: eles têm um senso claro de direção de longo prazo, mesmo diante da incerteza de curto prazo.” Olhar para frente e enxergar longe, construir ideias, projetos, coisas para o futuro, não apenas para o agora, não pensando apenas no benefício para amanhã.
  4. Engajado: “eles têm a vontade de ouvir, interagir e se comunicar com as partes interessadas (stakeholders) internas e externas combinadas com um forte sentimento de interesse e curiosidade nas tendências emergentes.” Trabalham porque veem sentido naquilo que fazem, trabalham junto, com os stakeholders, não para eles. Não fazem o que a direção/colaborador/cliente quer porque ele quer, fazem o que faz sentido para todo mundo. Estão realmente interessados no que vem por aí de inovação.

Interessante, não? Não estamos falando que o líder precisa saber inglês, fórmulas, teorias. Isso já é básico e é o mais rápido de aprender se ainda não sabe. O que essa pesquisa traz são características simples, mas que definem uma forma de ver e encarar o mundo, definem uma atitude mental de liderança. Trazendo para o nosso dia a dia, fica a reflexão: como está a tua humildade no teu trabalho? Tu reconheces que não sabe tudo, valoriza quando recebe um feedback, aprende com os outros? Como está a tua adaptabilidade ao novo e às mudanças? Ou tu ficas resistente quando percebe qualquer movimentação na empresa? Como está teu olhar a longo prazo, teu planejamento de futuro? Ou tu estás apenas focado nas 18h, no final de semana, nas férias? E como está o teu engajamento com o projeto onde tu estás, com a empresa, com a tua equipe, com a tua carreira?

Essas não são as únicas competências necessárias, pelo contrário, mas são bons pontos de vista para analisarmos nossa carreira e onde queremos chegar. E aí, vamos (re)ver como estão nossas atitudes de liderança ágil? :-)

 

* Aula ministrada pela Soraia Schutel, da Sonata Brasil.