Recentemente fui falar sobre “o despertar da liderança jovem” para uma gurizada boa, em uma cidade próxima da minha, em um evento promovido pelo Conselho Municipal da Juventude da referida cidade. Alguns poucos jovens presentes eu já conhecia, mas as outras tantas carinhas curiosas me olhando despertaram em mim um desejo tão grande de ajudá-los, que também decidi escrever aqui um texto sobre o assunto.

Comecei minha fala esclarecendo que não tem uma receita para ser líder. Não tem um script definido, um curso que ensine ou até mesmo um gene da liderança que nasça conosco. E então falei algo que é tão verdade e confortante de saber, pois dá a mesma chance para todo mundo:

A liderança se constrói!

Liderança, ao meu ver, é um modo de encarar o mundo, entre tantos outros. Dei um exemplo: se quando eu estivesse dirigindo para o local do evento um pneu do meu carro furasse, eu tinha algumas opções: a) ligar para o seguro do carro e esperar que viessem, descer do carro e trocar o pneu ou pegar uma carona; b) chorar, ligar para a minha mãe, postar no Facebook e perder o evento, só para citar algumas. Qual delas é a mais coerente para alguém com atitude de liderança? Ou seja, as situações, desafios e problemas aparecem o tempo todo, mais ainda para o jovem que assume responsabilidades do que para aquele que nada faz, mas o que determina a liderança é o modo com o qual esse jovem escolhe responder ao problema. A escolha de responder, “matar no peito”, resolver é com certeza a mais difícil, pois nos tira da nossa zona de conforto e nos coloca à prova, mas é justamente essa escolha que, paradoxalmente, nos revela nossa força para agir e depois nos gera uma satisfação interna quando o problema está resolvido – e isso, apenas quem escolhe ser líder sente.

Outro ponto sobre o qual falei foi referente ao autoinvestimento – investir em si mesmo. Assim como investimos dinheiro no banco e cada período gera um rendimento, qual investimento estamos fazendo em nós mesmos para usufruirmos depois? Estamos perdendo as tardes inteiras fazendo o que todo mundo faz, ficando jogado no sofá, mexendo no Facebook, jogando na internet? Fazer isso não é errado, mas reflete um modo de encarar o mundo igual ao da maioria que não quer ser líder. O autoinvestimento aparece quando aquele jovem que quer ser mais, diferente da maioria, escolhe ser monitor de uma matéria no colégio, se inscreve num curso, se desafia em uma nova atividade, lê um livro. Investir em si, na sua própria inteligência, em reforçar seus pontos fortes e driblar os pontos fracos, adquirir o máximo possível de conhecimentos e desenvolver diversas habilidades. Isso é investir agora para colher depois os frutos de estar preparado quando a oportunidade surgir.

Terminei a minha fala tranquilizando-os sobre o assunto. Há lugar para todos, emprego para todos, mas os postos de liderança são para alguns, para aqueles que estiverem dispostos a fazer escolhas diferentes e encarar o mundo de frente, dispostos a resolver os desafios apresentados e a aprender com eles. Ninguém é obrigado, mas quem experimenta o sabor de uma desafio realizado com sucesso fica sempre a espera do próximo…

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