Vamos aprender a fazer um currículo profissional então. Currículo profissional é um documento que apresenta você quando você quer conquistar um emprego. É bem diferente de um currículo Lattes, por exemplo, que apresenta quem você é academicamente. Por favor, não use apenas um deles para ambos os fins! Eu sinceramente tenho vontade de chorar quando recebo um currículo Lattes para uma vaga de emprego. Aliás, essas dicas são totalmente minhas, como eu fiz o meu currículo e o que eu reparo quando recebo um. Não existe receita pronta, currículo é algo seu e é bem legal se tiver um detalhe que o destaque dos demais. Mas se você não é tão criativo assim, confira umas dicas do que (não) fazer!

Quando você se apresenta a uma pessoa, qual é a primeira coisa que é dita? “Olá, eu me chamo fulano”. Então, a primeira coisa a fazer é apresentar-se, e aí eu recomendo colocar nome completo, idade ou data de nascimento, nacionalidade/naturalidade (bem opcional). Qual é a diferença entre colocar idade ou data de nascimento? Nenhuma, apenas lembre de corrigir sua idade anualmente! Depois de dizer que o currículo é seu e não de outra pessoa, você situa a pessoa que está lendo: onde você vive? E aí para ser completo, o endereço precisa de rua, número, complemento (se tiver), bairro/distrito, cidade e CEP. Por favor, lembrem do CEP! Só quem já trabalhou com envio de correspondências sabe a chatice que é ter um endereço sem CEP e ter que ir atrás. Ele é uma informação importante, acredite. Agora sim, já sei que o currículo é SEU e sei onde você mora, já sei se é longe ou perto da empresa, se vai implicar em mudança ou não, etc. Aqui sugiro dar um enter, deixar esse primeiro bloco de informações para apresentar-se. Aliás, não precisa colocar o título “Currículo” ou “Curriculum Vitae”. Quando o recrutador abrir o arquivo e ver o documento, irá entender que é um CV ;-)

Para iniciar o segundo bloco, vamos falar da sua formação. Você pode chamar de ‘Formação’, ‘Estudos’, ‘Conhecimentos’, o que quiser. O importante é citar aqui os principais cursos que você já fez (aqueles mais longos), por exemplo: curso profissionalizante, curso técnico, graduação, pós-graduação, MBA, especialização, mestrado, doutorado ou pós-doutorado. Em qual ordem? Comece colocando o mais recente (mesmo que você esteja cursando ainda) e por último o mais antigo. O que eu quero saber quando estou lendo um CV? Qual curso que você fez, onde você fez, ano em que foi feito e se já está concluído ou se você ainda está cursando. É o mínimo, né? De que adianta você ter feito um curso de Sistema Operacional em 1997? Ok, mostra que você gostava disso desde aquela época, mas hoje muita coisa já mudou. Se você tem mais de um curso, fica interessante colocar em forma de itens e, de repente, colocar o título (Formação, por exemplo) em negrito, sublinhado, destacado de algum jeito.

Aqui recomendo começar após ter dado outro enter e, surpresa!, já quase conheço você: sei quem você é e o que você já sabe (ou deveria saber…). Agora quero saber o que você já fez na vida: experiência profissional – particularmente, a parte de que eu mais gosto. Vale apenas empregos com carteira assinada? Claro que não, vale tudo o que você já fez, em que áreas atuou, por onde você passou. Mas, bom senso né pessoal! Ficou uma semana cuidando da prima na casa da madrinha? Isso não te torna uma babá, pelo menos não se você tiver só essa experiência curtinha. Você tem 40 anos e trabalha desde os 16, começou como atendente do Mc Donald’s e apenas depois engrenou na sua área, que é TI? Não precisa colocar o emprego no Mc Donald’s, porque ele não é relevante para a sua carreira de TI, certo? Diz muito sobre você, o que é bem legal, mas guarde para falar na entrevista o quanto você sempre foi dedicado, combinado?

Em que ordem colocar se você tiver mais de uma experiência? Seguindo a mesma lógica da Formação, colocar primeiro as mais atuais e por último as mais antigas. Se você já tem uma boa estrada e não quiser colocar todas, tudo bem, deixe os primeiros empregos de fora. O que mais eu quero saber quando estou lendo? O nome da empresa em que você trabalha/trabalhou, o período (mês e ano de entrada – mês e ano de saída), cargo desempenhado E atividades desenvolvidas. Importante: colocar mês que entrou e saiu da empresa, pois dizer que você trabalhou em 2012 na empresa ABC pode significar que você trabalhou lá uma semana ou 12 meses, o que é bem diferente. Cargo é legal para dar uma referência, mas não economize nas atividades desenvolvidas: fale sobre tudo o que você fez. Não precisa contar que você era o repositor de folhas da impressora, mas tudo aquilo que você fez de útil. Dificilmente, hoje, fazemos só uma tarefa 8h por dia, então: venda-se!

Você não tem experiências profissionais? Corra! Vá fazer algo, pode ser trabalho voluntário. Aproveite enquanto ainda está estudando para adquirir experiências profissionais, o aprendizado é enorme! Mas se você não tiver nada mesmo para colocar, ok, não coloque nada, nem o título Experiência profissional, combinado?

Enter de novo para diferenciar o assunto e agora fale daqueles detalhes interessantes que te tornam mais único ainda: cursos de extensão (mais curtos), línguas estrangeiras que você fala, ferramentas de tecnologia (pacote Office ou domínio da HP 12C, por exemplo), certificações, prêmios que recebeu, trabalho voluntário que fez etc. Sempre informar tudo: onde estudou/aprendeu, o quê, quantidade de horas do curso e ano, no mínimo.

A estrutura é simples: APRESENTAÇÃO – FORMAÇÃO – EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS – CURIOSIDADES. Precisa colocar Resumo? Se você sabe escrever um bom resumo sobre você, ressaltando em forma de texto os itens acima e citando algumas características pessoais suas, ótimo, coloque. Um parágrafo está perfeito, nada de textos longos. O Resumo pode ser encaixado logo depois da sua Apresentação. E Objetivo profissional, precisa? Se você tem um objetivo específico, deseja um cargo ou área determinada da empresa, é importante. Se é uma empresa que têm várias vagas abertas, é interessante direcionar o seu currículo para aquela vaga que você deseja, e isso aparece no Objetivo. Onde ele vai? Pode ir antes ou depois do Resumo. São dois apêndices, na minha opinião, não obrigatórios, mas se você sabe escrever, acho bacana ler como você se “resume” e o que você quer.

Dicas:
+ Crie um estilo próprio e siga e, por favor, cuide os erros de ortografia. Eles fazem você perder pontos (pelo menos comigo!).
+ Não coloque seus dados pessoais, como: número de Identidade, CPF, Carteira de trabalho, Título de eleitor, etc. São seus dados, na hora da contratação eles serão solicitados.
+ Quando o currículo é organizado, claro, com informações precisas, dá gosto de ler. E de chamar a pessoa para conhecer mais.
+ Mais uma vez, ressalto: currículo não tem lei, cada um é um. Essas dicas são bem pessoais, de conclusões que chego após ver currículos o dia inteiro.
 Esse post foi útil para você? Se você ainda tem dúvidas, pode escrever para mim ou enviar seu CV que eu dou uma olhada ;-) Meu contato é me@gabriellefoletto.com.br.