De repente, todo mundo fica sabendo da promoção do Pedro ou da demissão do André  – e até já existe a torcida pró ou contra – antes mesmo do fato acontecer. Ou ainda, no meio de tarde, o burburinho é sobre a Maria, que recém entrou na empresa, e já tem uma lista de defeitos/qualidades prontíssima. Você já vivenciou algo assim? Não ou sempre? Então, você já ouviu falar em liderança informal dentro da empresa?!

Existe o líder formal, aquele que é designado como líder, seja pelo cargo que ocupa (hierarquicamente acima de outros colaboradores), seja pela responsabilidade que assume frente a uma situação e/ou projeto. Mas existe também o líder informal, aquela pessoa que é formadora de opinião. O fulano sabe tudo antes de todo mundo, pois observa mais do que fala e, sem dúvida, é uma pessoa muito inteligente: pega as coisas no ar. O fato nem aconteceu ainda, mas ele reparou que a conversa na sala do gestor com o Pedro está demorando demais e pronto, já formula logo uma hipótese. É também um colaborador bem entrosado, se dá bem com todo mundo, o que aumenta as chances de ficar sabendo de detalhes por qualquer um dos seus amigos. Algo errado até aqui? Nadinha.

O problema acontece quando esse líder informal usa essa informação de forma negativa: fala mesmo sem saber, fala pelos cotovelos, fala para todo mundo. Ele ainda não tem certeza, só tem uma hipótese na cabeça, mas já divide ela com seus colegas. Por ser bem relacionado, o grupo tem confiança no que ele diz, e aí já ficam pensando no assunto, e disso para virar fofoca é um instante. Quando tem um problema na empresa, esse líder informal reclama para os colegas e não para quem pode resolver o assunto (adianta?). É uma pessoa que consegue convencer outras pessoas da sua opinião, forma a opinião dos outros com base naquilo que ele pensa e expõe. Ou seja, o problema não está no líder informal, mas sim no como ele age.

Para a empresa, a liderança informal – depois de descoberta – é estratégica. Se quer espalhar alguma informação para os colaboradores, mas por ainda não ser oficial não quer fazer por e-mail, por exemplo, pode “contar em segredo” para o líder informal que esse rapidamente se encarrega de espalhar a notícia. Da mesma forma, se o gestor quer saber a opinião do grupo sobre algo, basta que chame o líder informal para um bate-papo e logo descobre o que precisa. O grande problema é quando ainda não se sabe quem exerce esse papel informal, pois sempre há alguém, todo grupo de pessoas elege alguém para ser o líder, mesmo que inconsciente. O papel do gestor é descobrir quem é essa pessoa e verificar se é uma liderança que usa sua influência para o lado negativo ou positivo (veremos em um próximo post a liderança informal positiva).

Para o colaborador, também é fundamental que se descubra quem exerce esse papel na empresa onde trabalha para não ser mais um influenciado passivamente por essa pessoa. Quando sabemos quem é esse formador de opinião, ficamos mais críticos com o quê essa pessoa fala, verificando se realmente é verdade ou se devemos nos intrometer neste assunto. Saber quem é o líder informal e pensar sobre o que ele fala me ajuda a não ser mais um ‘rebelde sem causa’ ou um papagaio que só repete o que ouve.

E se eu estou sendo a liderança informal? Será que a empresa já sabe que sou eu quem exerço esse papel? Será que tenho mais chances de crescer nessa empresa ou ser demitido? Vale a pena se questionar.

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