Recentemente conheci a Teoria das Janelas Quebradas, criada nos EUA , na década de 1980, por  James Q. Wilson e George L. Kelling. Tu conheces? Achei a reflexão tão interessante que decidi postar aqui. Essa teoria trata dos pequenos delitos que se transformam em grandes delitos e desordem social.

Em um dos experimentos, deixou-se dois carros idênticos, da mesma marca, modelo e cor, abandonados na rua. Um em um bairro violento (Bronx/Nova Iorque) e o outro em um bairro tranquilo (Palo Alto/California).

Dois carros idênticos abandonados e dois bairros com populações muito diferentes. Resultado: o carro abandonado no Bronx começou a ser vandalizado em poucas horas. As rodas foram roubadas, depois o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Contrariamente, o carro abandonado em Palo Alto manteve-se intacto.

Isso era esperado. Agora a surpresa. 

Quando o carro abandonado no Bronx já estava desfeito e o de Palo Alto estava há uma semana impecável, os pesquisadores quebraram um vidro do automóvel de Palo Alto. Resultado: logo a seguir foi desencadeado o mesmo processo ocorrido no Bronx. Roubo, violência e vandalismo reduziram o veículo à mesma situação daquele deixado no bairro pobre. 

Por que o vidro quebrado no carro abandonado num bairro supostamente seguro foi capaz de desencadear todo um processo delituoso? Evidentemente, não foi devido à pobreza. Trata-se de algo que tem a ver com a psicologia humana e com as relações sociais.

Um vidro quebrado transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação. 

Faz quebrar os códigos de convivência, faz supor que a lei encontra-se ausente, que naquele lugar não existem normas ou regras. Um vidro quebrado induz ao “vale-tudo”. Cada novo ataque depredador reafirma e multiplica essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piores torna-se incontrolável, desembocando numa violência irracional.

Baseada nessa experiência e em outras análogas, foi desenvolvida a “Teoria das Janelas Quebradas”. Sua conclusão é que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores.  

Só que o delito não se limita a algo físico ou material. A mesma coisa se atribui à conduta moral. A nossa própria conduta.

Se você se permite pequenas transgressões e perde o respeito por si mesmo a tendência é de deterioração das suas forças.

Essas transgressões podem começar leves como uma preguiça, uma mentirinha, um descuido; mas também podem evoluir para procrastinação até a falta de ação, desonestidade (consigo mesmo e com os outros), vícios, caprichos e tantas coisas mais. Por isso é importante ter baixa tolerância com desvios daquilo com que você se comprometeu. E nosso primeiro compromisso deveria ser consigo próprio: se conhecer, se respeitar, se desenvolver, ser feliz, né?

E aí, como estão as tuas “janelas”? Todas inteiras, limpas, bem cuidadas? É o que eu te desejo ;-)

Fonte do texto sobre a Teoria das Janelas Quebradas: Stavros Frangoulidis (PaP Solutions)